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Descrição




A descrição é um texto, literário ou não, em que predominam verbos de estado e adjetivos que caracterizam pessoas, ambientes e objetos. É muito raro encontrarmos um texto exclusivamente descritivo. Quase sempre a descrição vem mesclada a outras modalidades, caracterizando uma presonagem, detalhando um cenário, um ambiente ou paisagem, dentro de um romance, conto, crônica ou novela.




Assim, a descrição pura geralmente aparece como parte de um relatório técnico, como no caso da descrição de peças de máquinas, órgãos do corpo humano, funcionamento de determinados aparelhos (descrição de processo).




Dessa maneira, na prática, seja literária ou técnico-científica, a descrição é sempre um fragmento, é um parágrafo dentro de uma narração, é parte de um relatório, de uma pesquisa, de dissertações em geral.




Mas o estudante precisa aprender a descrever; a prática escolar assim o exige. Geralmente pede-se um texto menor que a narração ou a dissertação. Um texto descritivo com aproximadamente 15 linhas costuma conter todos os aspectos caracterizadores que permitam ao leitor as sensações gustativas, olfativas, auditivas, visuais, táteis e impressões subjetivas.




Podemos descrever o que vemos (aquilo que está próximo), o que imaginamos (aquilo que conhecemos mas não está próximo no momento da descrição) ou o que nossa imaginação cria, qualquer entidade inventada: um ser extraterreno, uma mulher que você nunca viu, uma habitação futurista, um aparelho inovador etc.




De acordo com os objetivos de quem escreve, a descrição pode privilegiar diferentes aspectos:


  • pormenorização – correspondente a uma persistência na caracterização de detalhes;

  • dinamização - é a captação dos movimetos de objetos e seres;

  • impressão – são os filtros da subjetividade, da atividade psicológica, interpretando os elementos observados.




No processo de composição de uma redação descritiva, o emissor seleciona os elementos e os organiza para levar o receptor a formar ou conhecer a imagem do objeto descrito, isto é, a concebê-lo sensorial ou perceptualmente.




A descrição é fundamentalmente espacial. Eventualmente pode aparecer um índice temporal, porém sua função é meramente circunstancial, serve apenas para precisar o registro descritivo.



Observe como Vinícius de Morais descreve a casa materna, priorizando espaço, mas situando-a num tempo subjetivo que só existe nas impressões interiorizadas da lembranças do observador:



A casa materna


Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna. As grades do portão têm uma velha ferrugem e o trinco se oculta num lugar que só a mão filial conhecer. O jardim pequeno parece mais verde e úmido que os demais, com suas palmas, tinhorões e samambaias que a mão filial, fiel a um gesto de infância, desfolha ao longo da haste.




É sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando as mãos filiais se pousam sobre a mesa farta do almoço, repetindo uma antiga imagem. Há um tradicional silêncio em suas salas e um dorido repouso em suas poltronas. O assoalho encerado, sobre o qual ainda escorrega o fantasma da cachorrinha preta, guarda as mesmas manchas e o mesmo taco solto de outras primaveras. As coisas vivem como em prece, nos mesmos lugares onde as situaram as mãos maternas quando eram moças e lisas. Rostos irmãos se olham dos porta-retratos, a se amarem e compreenderem mudamente. O piano fechado, com uma longa tira de flanela sobra as teclas, repete ainda passadas valsas, de quando as mãos matenas careciam sonhar.



A casa materna é o espelho de outras, em pequenas coisas que o olhar filial admirava ao tempo que tudo era belo: o licoreiro magro, a bandeja triste, o absurdo bibelô. E tem um corredor à escuta de cujo teto à noite pende uma luz morta, com negras aberturas para quartos cheios de sombras. Na estante, junto à escada, há um Tesouro da Juventude com o dorso puído de tato e de tempo. Foi ali que o olhar filial primeiro viu a forma gráfica de algo que passaria a ser para ele a forma suprema de beleza: o verso.



Na escada há o degrau que estala e anuncia aos ouvidos maternos a presença dos passos filiais. Pois a casa materna se divide em dois mundos: o térreo, onde se processa vida presente , e o de cima, onde vive a memória. Embaixo há sempre coisas fabulosas na geladeira e no armário da copa: roquefort amassado, ovos frescos, mangas-espadas, untuosas compotas, bolos de chocolate, biscoito de araruta – pois não há lugar mais propício do que a casa materna para uma boa ceia noturna. E porque é uma casa velha, há sempre uma barata que aparece e é morta com uma repugnância que vem de longe. Em cima ficaram guardados antigos, os livros que lembram a infância, o pequeno oratório em frente ao qual ninguém, a não ser a figura materna, sabe porque queima, às vezes, uma vela votiva. E a cama onde a figura paterna repousava de sua agitação diurna. Hoje, vazia.




A imagem paterna persiste no interior da casa matena. Seu violão dorme encostado junda à vitrola. Seu corpo como que se marca ainda na velha poltrona da sala e como se pode ouvir ainda o brando ronco de sua sesta dominical. Ausente para sempre da casa materna, a figura paterna parece mergulhá-la docemente na eternidade, enquanto as mãos se faziam mais lentas e mãos filiais unidas em torno da grande mesa, onde já vibram também vozes infantis.

(Vinícius de Morais)

ELEMENTOS PREDOMINANTES NA DESCRIÇÃO


  • Frases nominais (sem verbos) ou orações em que predominam verbos de estado ou condição.

  • ”Sol já meio de esguelha, sol das três horas. A areia, um borralho de quente. A caatinga, um mundo perdido. Tudo, tudo parado: parado e morto.”

    (Mário Palmério)

    ”Efetivamente a rua era aquela; e o velho palácio estava na minha frente. Era um palácio de trezentos anos, cor de barro, que me parecia muito familiar quanto ao desenho de sua alta porta, aos ornatos das colunas e ao lançamento da escada do vestíbulo.” (Cecília Meireles)

  • Frases enumerativas: sequência de nomes, geralmente sem verbo.


  • ”A cama de ferro; a colcha branca, o travesseiro com fronha de morim. O lavatório esmaltado, a bacia e o jarro. Uma mesa de pau, uma cadeira de pau, o tinteiro, papéis, uma caneta.


    Quadros na parede.” (Érico Veríssimo)



  • Adjetivação: caracterizadores qualificando nomes.

  • ”A pele da cabocla era desse moreno enxuto e parelho das chinesas. Tinha uns olhos graúdos, lustrosos e negros com os cabelos lisos, e um sorriso souave e limpo a animar-lhe o rosto oval de feições delicadas.” (Érico Veríssimo)



  • Figuras de linguagem: recursos expressivos geralmente em linguagem conotativa. As mais usadas na descrição são a metáfora, a comparação, a prosopopéia, a onomatopéia e a sinestesia.

  • ”O rio era aquele cantador de viola, em cuja alma se refletia o batuque das estrelas nuas, perdidas no vácuo milenarmente frio do espaço... Depois ele ia cantando isso de perau em perau, de cachoeira em cachoeira...” (Bernardo Élis)



  • Sensações: uso dos cinco sentidos, ou seja, das percepções visuais, auditivas, gustativas, olfativas e táteis.


  • ”Os sons se sacodem, berram... Dentro dos sons movem-se cores, vivas, ardentes... Dentro dos sons e das cores, movem-se os cheiros, cheiro negro... Dentro dos cheiros, o movimento dos tatos violentos, brutais... Tatos, sons, cores, cheiros se fundem em gostos de gengibre...” (Graça Aranha)



A DESCRIÇÃO CONVENCIONAL


Leia o texto abaixo e observe a técnica descritiva explorada pelo autor, para descrever convencionalmente um cenário.




A praça, o templo. Lugar de encontro. Os homens reunidos para a disucussão, para o divertimento, para as rezas. Perguntas e perguntas, respostas, diálogos com Deus, passeatas, sermões, discursos, procissões, bandas de música, circos, mafuás, andores carregados, mastros e bandeiras, carrosséis, barracas, badalar de sinos, girândolas e fogos de artifício lançados para o alto, ampliando, na direção das torres, o espaço horizontal da praça.



Joana, descalça, vestida de branco, os cabelos ouro esvoaçando, traz sobre o peito a imagem emoldurada de São Sebastião. Por cima dos ombros, encobrindo-lhe braços, mãos, e tão comprida que quase chega ao solo, estenderam uma toalha de crochê, com figuras de centauro. As setas grossas, no tronco do santo, parecem atravessá-lo, cravar-se firmes em Joana. Por trás, numa fila torta, cantando em altas vozes, com velas acessas, muitas mulheres. A noite de dezembro não caiu de todo, alguma luz diurna resta no ar. Posso ver que os olhos de Joana são azuis e grandes; e que seu rosto, embora desfigurado, pois ela ainda está convalescendo, difere de todos que encontrei, firme e delicado a um tempo. Adaga de cristal. (…) Meio cega, ausente de coisas, febril, as pernas mortas. (Osman Lins)



Nessa discrição, impressões líricas compõem a imagem mística de uma mulher enferma. A linguagem moderna de Osman Lins alterna a concisão das frases nominais com sinuosidade das frases verbais.


As frases nominais, telegráficas, abrem o texto, formando, num único parágrafo, uma consequência de enumerações, onde estão justapostos elementos de natureza diversa: o humano X o divino, o concreto X o abstrato. O segundo parágrafo estende-se ente breves frases nominais e frases de maior complexidade: “Por cima dos ombros, encobrindo-lhe braços, e tão comprida que quase chega ao solo, estenderam uma toalha de crochê, com figuras de centauro.”



As impressões do autor, através da adjetivação, registram fartamente os aspectos visuais:"os olhos de Joana são azuis e grandes". As sensações auditivas aparecem num flagrante: ”cantando em altas vozes”. O subjetivismo está não apenas na manifestação do autor, em 1ª pessoa, mas também nas captações pessoais, únicas, metafóricas: ”As setas grossas, no tronco do santo, parecem atravessá-lo, cravar-se firmes em Joana.”; ”firme e delicado a um tempo. Adaga de cristal.”


Há, ainda, fragmentos de descrição estática (”Joana descalça, vestida de branco (…) traz sobre o peito a imagem de São Sebastião.” e dinâmica(”os cabelos de ouro esvoaçando”; cantando em altas vozes”).



Assim, o texto compõe o retrato de um cenário e das pessoas que o animam, entre objetos, cores e movimentos liricamente caractererizados.



DESCRIÇÃO ORIGINAL

Veja como, aos olhos de um observador sensível, até uma prosaica cena ganha impressões inesperadas.




O esmagamento das gotas


Eu não sei , olhe, é terrível como chove. Chove o tempo todo, lá fora fechado e cinza, aqui contra a sacada, com gotões coalhados e duros que fazem plaf e se esmagam como bofetadas uns atrás do outro. Agora aparece a gotinha no alto da esquadria da janela, fica tremelicando contra o céu e se esmigalha em mil brilhos apagados, vai crescendo e balouça, já vai cair, não cai ainda. Está segura com todas as unhas, não quer cair e se vê que ela se agarra com dentes enquanto lhe cresce a barriga, já é uma gotona que se prende majestosa e de repente zup, lá vai ela, plaf, desmanchada, nada, uma viscosidade no mármore.


(Júlio Cortázar)


Júlio Cortázar transforma em testemunho descritivo a experiência de observar a chuva e particularizá-la na gota pendente da janela. A tímida e indefinada impressão incial (”Eu não sei, olhe, é terrível como chove.”) dá lugar a uma dinâmica caracterização que atribui movimento e vida a uma gota de chuva, através da concentração de imagens visuais e onomatopéias (plaf, zup ), personificando sua resitência e aniquilamento: ”fica tremelicando (…), vai crescendo e balouça, (…). Está segura com todas as unhas não quer cair (…) ela se agarra com os dentes enquanto lhe cresce a barriga”; “se prende majestosamente”.



AS EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS NA DESCRIÇÃO

A descrição está intimamente ligada à expreriências das sensações físicas e das percepções subjetivas. O leitor capta impressões sensoriais e psicológicas transmitindo-as através de recursos expressivos de linguagem. Assim, a descrição traduz com palavras a espacialidade de uma imagem bem como o estados de espírito, traços de personalidade e comportamentos que seres e objetos suscitam no observador.



Sensações Visuais

As sensações e/ou percepções visuais são as mais frequentes e estão relacinadas a cor, forma, dimensões, linhas etc. Quando especificamente relacionadas a cores, são chamadas cromáticas.




Companheiros de classe

Os companheiros de classe eram cerca de vinte; uma variedade de tipos que me divertia. O Gualtério, miúdo, redondo de costas, cabelos revoltos, mobilidade brusca e caretas de símio – palhaço dos outros, como dizia o professor; (…) o Maurílio, nervoso, insofrido, fortíssimo na tabuada: cinco vezes três, vezes dois, noves fora, vezes sete?... lá estava Murílio, trêmulo, sacudindo no ar o dedinho esperto... olhos fúlgidos no rosto moreno, marcado por uma pinta na testa; o Negrão, de ventas acesas, lábios inquietos, fisionomia agreste de cabra, canhoto e anguloso, incapaz de ficar sentado três minutos, sempre à mesa do professor e sempre enxotado, debulhando um risinho de pouca-vergonha (...)

(Raul Pompéia)


Sensações Auditivas

As sensações e /ou percepções auditivas estão relacionadas ao som (intensidade, altura, timbre, proveniência, direção, ausência etc.)



”Está sempre a rir, sempre a cantar. Canta o dia inteiro, num tom arrastado, apregoando as revistas que vende.”

(Graciliano Ramos)

Sensações Gustativas

As sensações e/ou percepções gustativas relacionam-se ao paladar (doce, azedo, amargo, salgado etc.).




”E a saliva daqueles infelizes inchava em minha boca, de tal parte ,
Que eu, para não cuspir por toda parte,
la engolindo aos poucos a hemoptise”. (Augusto dos Anjos)




Sensações Olfativas

As sensações e/ou percepções olfativas relacionam-se a cheiro (um perme, o hálito, uma fragância etc.).



”A avenida é o mar dos foliões
Serpentinas cortam o ar carregado de éter, rolam das sacadas...” (Marques Rebelo)



Sensações Táteis

As sensações e/ou percepções táteis resultem do contato da pele com os objetos (aspereza, calor, umidade, frio etc.).



A tua mão é dura como casca de árvore, ríspida e grossa como um cacto.” (Cassiano Ricardo)


 

 

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