Todos querem o MPU


 

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

Chico Xavier

 

»MPU abre concurso para 147 vagas


Mas por que a concorrência nas seleções do MPU é sempre tão elevada? A resposta vai além da estabilidade e dos atrativos salários. Para o diretor-presidente do Gran Cursos, José Wilson Granjeiro, um dos principais motivos dessa procura é a possibilidade de ser convocado mesmo sem estar entre as vagas para preenchimento imediato. "Poucos concursos com cadastro reserva chamam tantas pessoas", ressalta ele.

No certame anterior, foram oferecidas 594 chances, mas as nomeações chegaram a 3.114 pessoas, entre técnicos e analistas. "As causas são diversas. Pode ser por causa de troca de cargos, por aposentadoria, por falecimento ou por exoneração de servidores", explica. O diretor-presidente do Gran Cursos espera que cerca de 2,5 mil aprovados sejam empossados na próxima seleção, cujas provas estão previstas para 19 de maio — há 147 vagas (veja quadros). A organização do certame está a cargo do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB).

O interesse dos 798 mil inscritos para o MPU também pode estar associado ao glamour da Justiça. Ex-funcionário do Ministério Público, o professor da Vestconcursos Emerson Douglas destaca, no entanto, que as vantagens da instituição vão além do prestígio. "Uma delas é a possibilidade de trabalhar em diversas cidades", conta ele, que trabalhou lá por um ano e meio.

Douglas diz que o servidor pode ser lotado em procuradorias dos quatro ramos do MPU: o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Militar (MPM) e o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT). O colaborador da instituição ainda tem a possibilidade de atuar em questões urbanísticas, do meio ambiente e sociais. "Defender causas da população faz o servidor se sentir muito bem. É um trabalho apaixonante", conta o professor.

Cargos de confiança

Para quem tem formação em direito, há ainda mais atrativos. "O funcionário pode assumir funções em gabinetes de procuradores", acrescenta Emerson Douglas. Segundo ele, muitas pessoas permanecem no MPU pela oportunidade de assumir cargos de confiança. "O aprendizado leva muitos a até prestarem concurso para procurador."

A estudante de direito Luciane Rocha, 22 anos, que se preparava desde novembro do ano passado para o certame do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), viu no MPU a chance de ganhar bem e ser valorizada. "As disciplinas são praticamente as mesmas. Poucas coisas mudam", destaca. E ela garante que a elevada concorrência não intimida. "Tento apenas imaginar os frutos que posso colher posteriormente."

Parceria pelo sonho

Francisco Aieser, 30 anos, e Henrique Sichinel, 21, são companheiros de estudo e se ajudam a não desanimar. Casado e pai de dois filhos, Francisco faz manutenção em computadores e não consegue se dedicar aos estudos integralmente. "Trabalhar na iniciativa privada é difícil. Quero ser aprovado e dar um futuro melhor para a minha família", sonha.

Henrique nutre o mesmo sentimento. Ele deixou os pais em Rondônia para estudar na capital federal. "O tempo que passo longe deles é a maior motivação para eu voltar e ajudá-los." Ele e Francisco frequentam, à tarde, as aulas de disciplinas básicas do MPU e costumam emprestar materiais um ao outro. "É como conseguimos nos ajudar", diz Henrique, que ainda se divide entre bibliotecas e videoaulas. Sem o mesmo tempo disponível, Francisco usa os fins de semana para se preparar. "Estudo as matérias específicas e reviso o que foi passado no cursinho ao longo da semana."

"Defender causas da população faz o servidor se sentir muito bem. É um trabalho apaixonante"


Emerson Douglas, professor de curso preparatório e ex-funcionário do MPU

Correio Braziliense - 22/04/2013


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