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Curso de Redação: Funções da Linguagem

Entenda os Elementos que Movem a Comunicação


Ao escrever, estamos sempre direcionando nossa mensagem para um propósito específico. Dependendo do objetivo, o uso da linguagem pode variar bastante. Por exemplo, um poeta ao descrever a lua pode usar uma linguagem subjetiva e poética, enquanto um cientista a descreverá de forma informativa e objetiva. Para o poeta, a lua pode ser vista como "uma inspiração romântica", enquanto para o cientista, será descrita como "o satélite natural da Terra".

A partir desses exemplos, podemos perceber que a linguagem tem diferentes funções que moldam a forma como a mensagem é transmitida, dependendo dos elementos da comunicação.

O Que São as Funções da Linguagem?


As funções da linguagem estão ligadas ao propósito da comunicação e ao foco que damos aos elementos dessa interação. Toda produção discursiva, seja linguística (oral ou escrita) ou extralinguística (pintura, música, cinema, etc.), apresenta funções da linguagem. Essas funções determinam como a mensagem é estruturada e recebida.

Vamos entender como esses elementos interagem no processo de comunicação.

Elementos da Linguagem: O Circuito da Comunicação


A comunicação é estabelecida quando temos os seguintes elementos:

Emissor: quem cria e envia a mensagem.

Receptor: quem recebe a mensagem.

Mensagem: o conteúdo que está sendo transmitido.

Canal: o meio pelo qual a mensagem é transmitida (papel, tela do computador, etc.).

Código: a linguagem ou sistema de signos utilizado (português, matemática, música).

Referente: o contexto ou assunto ao qual a mensagem se refere.

Esses elementos estabelecem um circuito de comunicação onde o emissor codifica uma mensagem por meio de um código, transmitida através de um canal até o receptor, que a decodifica no contexto estabelecido.

Elemento → Função


Contexto → Função Referencial

Emissor → Função Emotiva

Receptor → Função Conativa

Canal → Função Fática

Mensagem → Função Poética

Código → Função Metalinguística

Cada uma dessas funções define um enfoque da mensagem, e geralmente há uma predominância de uma ou outra função em qualquer forma de comunicação. Vamos explorar cada função com mais detalhes e exemplos.

Função Referencial


A função referencial, ou informativa, é a mais utilizada no dia a dia. Seu foco está no contexto da mensagem, destacando os fatos e as informações de forma objetiva, sem envolvimento emocional do emissor ou do receptor. É amplamente usada em textos científicos, jornalísticos e redações escolares.

Exemplo:

“Construído artificialmente há 40 anos para amenizar o clima seco de Brasília, o lago Paranoá está atualmente muito descaracterizado. O lago Paranoá soma 600 milhões de metros cúbicos de água.” (Sala de Aula, Maio/2000)

Função Emotiva


A função emotiva está centrada no emissor e busca expressar diretamente as emoções e atitudes do autor da mensagem. Ela é comum em textos literários, canções e expressões artísticas, onde se revela o estado emocional de quem escreve ou fala. Exemplo:

“Oh! Como és linda, mulher que passas, Que me sacias e suplicias dentro das noites, dentro dos dias!” (Vinícius de Morais)

Aqui, o autor revela suas emoções de maneira explícita, utilizando interjeições e exclamações.

Função Conativa


A função conativa, também chamada de apelativa, é voltada para o receptor. Seu objetivo é persuadir, influenciar ou chamar a atenção do destinatário da mensagem, sendo comum em propagandas e discursos persuasivos. Exemplo:

“Antônio, venha cá!”

“Beba Coca-Cola.”

Função Fática


A função fática foca no canal de comunicação. Seu objetivo é manter ou testar a conexão entre o emissor e o receptor. Ela aparece nas interações diárias, como saudações, verificações de entendimento e outras expressões que mantêm a conversa ativa. Exemplo:

“Alô, quem fala?”

Na música, também vemos essa função, como em:

“Alô, alô marciano, aqui quem fala é da Terra.” (Rita Lee & Roberto de Carvalho)

Função Metalinguística


A função metalinguística trata da reflexão sobre o próprio código usado na comunicação. É quando o autor usa a linguagem para falar sobre a linguagem. Exemplo:

“Lutar com palavras é a luta mais vã enquanto lutamos mal rompe a manhã.” (Carlos Drummond de Andrade)

Nesse caso, o poema fala sobre o próprio ato de escrever, exemplificando o uso metalinguístico.

Função Poética


A função poética se concentra na mensagem e na sua construção, visando a produção de um efeito estético por meio da linguagem. Ela é muito comum em obras literárias, poesias e textos que priorizam a forma e os recursos expressivos. Exemplo:

“Sino de Belém pelos que inda vêm! Sino de Belém bate bem-bem-bem.” (Manuel Bandeira)

A linguagem poética cria um impacto estético e sensorial por meio de recursos estilísticos como aliterações, metáforas e rimas.


Conclusão


As funções da linguagem são fundamentais para entendermos como a comunicação é estruturada e como cada elemento pode influenciar a forma como a mensagem é recebida. Seja em textos literários, científicos, propagandas ou conversas cotidianas, essas funções guiam a maneira como as mensagens são elaboradas, sempre com um propósito específico.

Dominar essas funções ajuda a melhorar a escrita e a comunicação em diferentes contextos, seja em redações para concursos, produções acadêmicas ou até mesmo no uso da linguagem nas artes.