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Curso de Redação: Dissertação

O espírito humano é por natureza curioso, reflexivo. O mundo que o instiga a pensar, deve também instigá-lo a desafiar, e criticar e questionar as ideias que a coletividade e sua cultura oferecem. Trabalhamos ideias quando escrevemos.




Aprender a escrever é desenvolver e concatenar ideias. A atividade redacional é produto de um conteúdo, um acervo cultural, veiculado por uma linguagem adequada, numa estrutra coerente.




Para escrever, é necessário estimular o raciocínio, o espírito de observação, a capacidade de análise e síntese. É preciso, pois, pensar. Um pensamento ordenado, quando revestido por um vocábulo expressivo, revela um repertório preciso e comunicativo.




Quando refletimos sobre uma questão, seja ela filosófica, doutrinária, técnica, científica ou de qualquer outra natureza, mais que o domínio do assunto, necessitamos de argumentos, juízos, opiniões, capacidade interpretativa e analítica, sempre com procedimentos lógicos que demonstrem as nossas reflexões para a explicação e sustentação de pontos de vista.




A organização do pensamento é fundamental, sobretudo na atividade dissertativa. Desenvolvemsos uma dissertação quando conceituramos uma ideia, discutimos uma questão, criticamos, explicamso ou justificamos um assunto. A dissertação é um exerxício cotidiano, utilizado toda vez que se discute com alguém, tentando fazer valer uma opinião sobre quqalquer assunto como, por exemplo, futebol.




Para desenvolvermos uma dissertação, precisamos organizar as ideias, acomando-as numa estrutuara discorsiva convincente, persuasiva (tese, desenvolvimento/argumentação e conclusão). A linguagem deve ter a clareza de um pensamento disciplinado no exercício reflexivo e na leitura. A argumentação deve apoiar-se nos conteúdos que nossas vivências, experiências intelectuais e culturais proporcionam.




Para garantir o repertório linquístico e cultural que se espera de um candidato a concurso público, a leitura é o canal mais fecundo, oferecendo um universo de conhecimentos e de linguagens.




Observe o texto dissertativo abaixo a ordenação de ideias, os juízos críticos, a análise e as evidências:





    Consideremos uma importante deficiência da linguagem dos comunicados ou das obras científicas. João da Silva apaixonado por Maria, não é José Peres apaixonado por Joana; José Peres apaixonado por Joana, não é Carlos Dutra apaixonado por Ana; Carlos Dutra apaixonado por Ana, não é Roberto Browing apaixonado por Elizabeth Barret. Cada uma dessas situações é única; não há dois amantes exatamente iguais; com efeito, o próprio amor, entre as mesmas pessoas, não é o mesmo dois dias seguidos. A ciência, que anda à cata de leis das mais vastas aplicabilidades possíveis e da mais ampla generalização, fara abstração dessas siturações apenas naquilo que elas possuem de comum. Mas cada um desses amores só tem consciência de que o seu sentimento é único e ímpar; cada um se julga a primeira criatura que ainda amou no mundo.




    Como, pois, transmitir esse sentimento de diferença? Ora, é aqui que os usos afetivos da linguagem desempenham o seu papel mais importante. As inúmeras diferenças de nossos sentimentos, em face das muitas experiências que nos advêm, são demasiado sutis para podemos comunicá-las; logo, terão de ser expressas.



    E exprimimo-las pela complicada manipulação de inflexões de voz, de ritmos, de conotações, de fatos afetivos, de metáforas, de alusões, em suma, de todo os recursos afetivos da linguagem postos à nossa disposição.




    Frequentemente, os sentimentos a serem expressos são tão sutis ou complexos que, para exprimí-los, não bastam algumas poucas linhas de prosa ou verso. Às vezes se torna necessário os autores escreverem livros inteiros, conduzindo os leitores através de numerosas cenas, situações e aventuras, atraindo as suas simpatias ora numa direção ora noutra, despertando, alternadamente, ora o seu espírito combativo, ora a sua ternura, ora o seu senso de tragédia, ora o seu riso, ora sua superstição, ora sua cupidez, ora sua sensualidade, ora sua religiosidade. Só mediante tais recursos pode o autor, às vezes, recriar nos leitores os sentimentos exatos que deseja exprimir. A literatura é, pois, a expressão mais exata do sentimento, enquanto a ciência é a espécie mais exata do comunicado. E a poesia, que condensa todos os recursos da linguagem em padrões de infinita sutileza rítmica, pode-se dizer que é a linguagem da expressão no seu mais alto grau de eficácia. (Hayakawa)




DEFINIÇÕE E OBJETIVOS


Dissertar é expor a respeito de um determinado assunto. É discutir essas ideias, analisá-las e apresentar provas que justifiquem e convençam o leitor da validade do ponto de vista de quem as defende. Dissertar é, pois, analisar de maneira crítica situações diversas, questionando a realidade e nosso posicionamento diante dela.




São objetivos da dissertação:


Convencer alguém de que determinado ponto de vista é praticamente inquestionável.


“Nunca é demais repetir que linguagem e pensamento formam um só processo, impossível de ser desmembrado. Pensamos com vocábulos assim como criamos, alocamos e fundimos vocábulos para poder formular pensamentos. Quando rejeitamos a expressão verbal, estamos fechando as comportas das ideias eas riquezas interiores.” (Luís Carlos Lisboa)



Dar a conhecer ou explicar qualquer assunto com intenção informativa ou pedagógica.


“Sendo o espaço geográfico a realidade histórica mais imutável, sobre ele o homem vem exercendo contínua atividade, no sentido de dominá-lo por meio da técnica. Desde que o homem iniciou a domesticação de animais e os utlizou para reduzir as distâncias até a mais moderna tecnologia de transmissão por satélites, o seu objetivo tem sido a eliminação do binômio espaço-tempo.” (Virgílio Noya Pinto)



Discutir um assunto, coferindo-lhe tom de debate, levando o leitor a tormar posição perante o problema.


“E por falar em informática, já pensaram aqueles que estão procurando os cursos de computação, que a informática contém em si os próprios germes da eliminação do trabalho humano? Se isso for realizado, libertando o homem para tarefas mais gratificantes, teremos realizado a utopia. Mas se, como tem sido feito até aqui, a preocupação for apenas autmentar o lucro, as consequências negativas serão assustadoras.” (Dulce Whitaker)