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Curso de Redação: Figuras de Linguagem

Como Tornar Seu Texto Mais Expressivo

As figuras de linguagem são poderosos recursos estilísticos que tornam o texto mais expressivo e impactante, conferindo originalidade e emotividade à sua redação. Elas são especialmente importantes em provas de concursos e vestibulares, pois demonstram criatividade e domínio da linguagem.

Signo Linguístico: Significante e Significado


Toda palavra é um signo, composto por duas partes: o significado (a ideia ou conceito por trás da palavra) e o significante (sua forma sonora ou gráfica). Quando conhecemos apenas o significante de uma palavra, a comunicação se torna incompleta. Ao associarmos a palavra ao seu significado, ela deixa de ser apenas um som ou imagem gráfica e ganha sentido.

Além disso, uma palavra pode ter diferentes significados conforme o contexto, o que chamamos de polissemia. Por exemplo, a palavra "corrente" pode se referir a uma corrente de água, um fluxo de energia elétrica, ou até mesmo um grupo de pessoas com opiniões semelhantes.

Linguagem Denotativa e Conotativa


Na linguagem denotativa, as palavras são usadas em seu sentido literal, ou seja, aquele encontrado no dicionário. Essa é a linguagem que utilizamos em textos objetivos, onde o principal objetivo é a clareza e precisão. Já na linguagem conotativa, a palavra ganha um sentido figurado, subjetivo, frequentemente carregado de emoção.

Exemplo de conotação:

"A gente vai contra a corrente..." (Chico Buarque)

Aqui, "corrente" não se refere a água ou metal, mas a uma metáfora para dificuldades enfrentadas na vida.

Figuras de Linguagem e Suas Categorias


As figuras de linguagem são classificadas em várias categorias, sendo as principais:

Figuras de Sintaxe


As figuras de sintaxe ou de construção referem-se a desvios na ordem ou concordância entre os termos da oração. Alguns exemplos incluem:

Assíndeto: Omissão de conjunções entre palavras ou orações.

Exemplo: "Fere, mata, derriba..." (Camões)

Elipse: Omissão de termos facilmente subentendidos.

Exemplo: "Veio sem pinturas, em vestido leve." (Rubem Braga)

Zeugma: Supressão de um termo já expresso anteriormente.

Exemplo: "Foi saqueada a vila e assassinados os partidários dos Filipes." (Camilo Castelo Branco)

Anáfora: Repetição de palavras no início de frases ou versos.

Exemplo: "Grande no pensamento, grande na ação..." (Rocha Lima)

Pleonasmo: Redundância proposital para reforçar uma ideia.

Exemplo: "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!" (Fernando Pessoa)

Polissíndeto: Repetição enfática de uma conjunção.

Exemplo: "Vão chegando as burguesinhas, e as criadas, e as lavadeiras..." (Manuel Bandeira)

Figuras de Inversão


As figuras de inversão alteram a ordem dos termos na oração, tornando a construção mais poética ou enfática:

Anástrofe: Inversão simples de termos vizinhos.

Exemplo: "Tão leve estou que já nem sombra tenho." (Mário Quintana)

Hipérbato: Inversão complexa de membros da frase.

Exemplo: "Passeiam, à tarde, as belas na Avenida." (Carlos Drummond de Andrade)

Figuras de Concordância


As figuras de concordância ocorrem quando a concordância não segue a norma padrão:

Silepse: Concordância com a ideia, e não com a forma gramatical.

Exemplo de Silepse de Gênero: "O animal é tão bacana, mas também não é nenhum banana."

Exemplo de Silepse de Número: "Esta gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo." (Garret)

Conclusão


O domínio das figuras de linguagem é essencial para produzir uma redação criativa e expressiva em concursos. Elas não só enriquecem o texto, como também demonstram a capacidade do autor de jogar com o sentido das palavras, ampliando a mensagem que se deseja transmitir. Portanto, conheça e pratique o uso de figuras como anáfora, pleonasmo e assíndeto para dar mais vida ao seu texto.