< Cursos de Redação para Concursos da Funcação Vunesp 2025 | Sps Concursos

Curso de Redação: Figuras de Pensamento


As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao singnificado das palavras, ao seu aspecto semântico.





Antítese – Ocorre quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.





Exemplos:





“Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)





“Onde queres prazer sou o que doi


E onde queres tortura, mansidão


Onde queres um lar, revolução


E onde queres bandido sou herói.” (Caetano Veloso)




Apóstrofe – Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintátiva e é utilizada para dar ênfase à expressão.





“Deus! Ó Deus! Onde estás, que não responde?”


(Castro Alves)





“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres


Que ninguém mais merece tanto amor e amizade”


(Vinícius de Morais)





Paradoxo – Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido opostos, mas de ideia que se contradizem. É uma verdade encunciada com aparência de mentira.





“O mito é o nada que é tudo”


(Fernando Pessoa)





“Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que doi e não se sente;


É um contentamento descontente;


É dor que desatina sem doer;”


(Camões)





“Este amor, que, afinal, é a minha vida


e que será, talvez, a minha morte,


amor que me acalora e me intimida,


que me põe fraco quanto me põe forte;


este Amor, que é um broquel e é uma ferida,


vai decidir, por fim, a minha sorte.”


(Hermes Fontes)





Eufemismo – Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.





“Si alguma conhatã se aproximava dele pra fazer festinha,


Macuinaína punha a mão nas graças dela, cunhatã se afastava.”


(Mário de Andrade)





“E pela paz derreira que enfim vai nos redimir


Deus lhe pague.”


(Chigo Buarque)





Gradação – Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras que intensificam uma mesma ideia.



“Dissecou-a, a tal ponto, e com arte, que ela,


Rota, baça, nojenta, vil


Sucumbi,...”


(Raimundo Correia)


Hipérbole – Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.





“Rios te correrão dos olhos, se chorar.”


(Olavo Bilac)





“Um quarteirão de perua para Clodovil Pereira.”


(José C. Carvalho)





“Na chuva de cores


Da tarde que explode


A lagoa brilha”


(Carlos Drummond de Andrade)





Ironia – Ocorre ironia, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir.


A intenção é depreciativa ou sarcástica.





“As moças entrebeijam-se porque não morder-se umas às outras. O beijo delas é a evolução da dentada da pré-avó macaca.”


(Monteiro Lobato)





“Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor.”


(Mário de Andrade)





Prosopopéia – Ocorre prosopopéia quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimandos ou imaginários.



Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia, como este exemplo de Mário Quintana - “O peixinho (…) silencioso e levemente melancólico...”





“...a Lua


tal qual a dona do bordel


pedia a cada estrela fria


um brilho de aluguel”


(João Bosco e Aldir Blanc)





“... os rios vão carregando as queixas do caminho.”


(Raul Bopp)





“Um frio inteligente (…) percorria o jardim...”


(Clarice Lispector)








Perífrase – Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico, indivíduo ou situação que não se quer nomear.





“Cidade maravilhosa


Cheia de encantos mil


Cidade maravilhosa


Coração do meu Brasil.”


(André Filho)





“Senhora das nuvens de chumbo


Senhora do mundo


Dentro de mim


Rainha dos raios, rainha dos raios, rainha dos raios


Tempo bom, tempo ruim.”


(Gilberto Gil e Caetano Veloso)